sexta-feira, 30 de março de 2012

O poder do cofrinho

Luiza comprou um chocolate cuja embalagem de metal poderia ser reaproveitada como um cofrinho. Virou uma curtição coletiva e em menos de um mês encheu (o cofrinho é pequeno).



R$ 63,70

Uhu!

quinta-feira, 29 de março de 2012

Como economizar o seguro do carro

No Rio de Janeiro, algumas pessoas estão substituindo o seguro do carro por um adesivo. A maioria nem professa a Umbanda.

Testemunhas dizem que funciona e não cobra franquia.

quarta-feira, 28 de março de 2012

Vinte anos

Não são cinco, não são dez. São vinte anos. Em março de 1992 eu virei aprendiz de feiticeiro e comecei a estudar Cálculo Integral e Diferencial 1, Física 1 e outras insanidades úteis.


Esqueci de comentar e comemorar esta data com o Bulha. Aguardemos um outro Coliseu das Massas.

Aproveitei para relembrar com o Rafael, um amigo de trabalho e faculdade, o nome de todos os professores do primeiro periodo. Alguns esquecemos pois o velho Alzheimer não é tolerante conosco. Ou eles não foram importantes para nós.

Ainda lembro alguns professores dos meus contatos imediatos de primeiro, segundo e terceiro graus, outros eu esqueci completamente. Esta história que só lembramos dos dedicados é pura balela, pelo menos comigo: não vejo nenhuma correlação entre os que eu me recordo, pois estão na minha memória carismáticos, secos, antipáticos, alegres, conselheiros, dedicados e enroladores.


Eu vejo a Mariah na sala brincando sozinha, reproduzindo fielmente a aula com todos os trejeitos e falas da professora, incluindo broncas e gerenciamento da rodinha de alunos e fico refletindo como a escola é importante para a nossa formação. Ela é mutio observadora e eu sinto que ela adora a sala de aula e os coleguinhas - genes da Luiza - e atualmente as "melhores amigas" estão mudando, uma verdadeira dança das cadeiras afetiva. Realmente, no fundo, os adultos imitam as crianças.



Mas a despeito deste post aparentemente melancólico, eu não estou. Só estou um pouco surpreso como passou rápido e se alguém há 20 anos atrás, naquela sala de aula calorenta do bloco E do CEFET/RJ, me dissesse como seria a minha vida em 2012 eu ficaria eufórico.

sexta-feira, 23 de março de 2012

Teatrinho 0800

Flávia conseguiu uns convites para uma peça de teatro no Shopping da Gávea. Na saída encontramos o professor de música.



Aniversário da Luiza

Para não deixar passar em branco, um bolinho de chocolate faz milagres.



Madrugada de sexta...

Cena 1/Quarto do casal/Madrugada de quinta para sexta

MARIAH: Posso dormir com vocês hoje?

LUIZA: Filha, a cama é pequena. Vai ficar muito apertado.

MARIAH: É só sair um.

quarta-feira, 14 de março de 2012

Ser pão duro atrapalha o destino

No final de novembro de 1994 eu fui enviado para uma cidade no sudoeste mineiro que até então eu nem sabia que existia para fazer o curso de formação de operadores de Furnas. Eu tinha 22 anos e foi a primeira vez que eu saí de casa para morar em outro lugar.

Teoricamente era possível voltar toda a santa sexta-feira para o Rio de Janeiro, só que a logística era complicada. Para se ter uma ideia, o caminho mais conveniente era viajar de ônibus durante seis horas até São Paulo, SP, e depois pegar outro ônibus para ir para o Rio de Janeiro. Eram 12 horas indo, 12 horas voltando para um final se semana de apenas 2 dias. Não valia a pena e até final de fevereiro de 1995, quando terminou o curso, poucas vezes eu retornei ao Rio.

O curso era dentro da vila que foi construída ao lado da usina, um povoado isolado e um pouco decadente de menos de cinco mil pessoas que ainda guardava aquele estilo original de cidades pequenas dos Estados Unidos: ruas largas e quase sem trânsito de veículos, casas sem muro e muita, muita grama. Era bonito e tedioso. A cidade média mais próxima, com uns cem mil habitantes, Passos, estava a 40km de distância e o acesso era por meio de uma estrada que ficava entupida de caminhões na época da colheita da cana-de-açúcar.

Com o dinheiro entrando, foi possível desenvolver sofisticadas técnicas de economia. Alias, quando eu vi o meu nome na lista de aprovados publicada no Jornal dos Sports eu pensei no ato: "Beleza, trabalho duro durante 10 anos e monto a minha oficina autorizada da Philips ou da Philco e nunca mais terei patrão". Mas o tempo, o sábio, mostrou que isto era a coisa mais idiota que uma pessoa poderia pensar.

Poucas almas entendem, mas juntar dinheiro e vê-lo crescer é um prazer até maior que gastá-lo para algumas pessoas. Eu, por exemplo. Aliás, para quem gosta de juntar dinheiro, gastar é um tormento, a menos que:

1) Esteja realmente muito barato e precise do produto ou serviço;

2) Seja um sonho muito, muito antigo e, como tal, consolidado e sedimentado. Sua realização dará um prazer que superará o prazer de juntar dinheiro;

3) Seja para comprar algo que produza mais dinheiro, como uma autonomia de taxi. Eu nunca esqueço que brincava com a minha psicoterapeuta que o meu primeiro carro seria uma Kombi para ganhar dinheiro fazendo frete nas folgas.

O resultado é que em apenas 10 anos, já casado, conseguimos comprar um apartamento a vista. Eu tinha apenas 32 anos. Saudades desta época de juros altos do segundo governo Fernando Henrique e primeiro governo Lula e mais saudades do tempo que eu era uma máquina de juntar dinheiro. A máquina hoje está enferrujada.

Voltando ao curso de formação, o meu foi particularmente especial: pela primeira vez na história de Furnas duas mulheres estavam fazendo o curso para serem operadoras. Uma delas, a Dagmar, se tornou minha amiga-quase-irmã até hoje. Pena que ela mora em Goiânia.

Nossa afinidade e tão grande que ela sempre me telefonava quando eu estava triste, num momento difícil. Parece que ela adivinhava. Mas ninguém acredita nestas coisas espirituais mesmo, então deixa para lá.


O selo da nossa afinidade foi quando a filha dela nasceu no dia do meu aniversário. Não acredita? E se eu contar que a Mariah iria nascer no dia do aniversário da Dagmar? Sabe qual é a chance disto ocorrer ao acaso?  Uma em 133 mil.



Mas por que a Mariah não nasceu no dia do aniversário dela? Porque o médico obstetra que acompanhou a gravidez da Luiza era um profissional conceituado, professor universitário, cuja tese de doutoramento foi sobre uma doença que a Luiza tinha. Ele cuidou do mal e do nosso problema de fertilidade. A Mariah é, sem duvida, uma testemunha da sua competência. Só que médicos assim são caros.

Quando a Luiza engravidou, a escolha do mesmo medico que nos tratou para ser o seu obstetra foi natural. A medida que a gestação chegava ao fim, eu comecei a perguntar à Luiza se o medico já tinha acertado com ela o valor dos honorários do parto. Como um bom "pão duro certified" eu sentia que a conta seria salgada como um bacalhau do Porto, porem não imaginava que fosse tao salgada.



Segundo a Luiza, ele só informou o valor dos honorários faltando uns 10 dias para o parto. Primeiro eu fiquei boquiaberto com o fato do parto estar marcado para o dia do Aniversário da Dagmar, depois eu fiquei mais boquiaberto quando vi os valores. Eram de 3 a 4 vezes o limite de cobertura do plano de saúde.

Na primeira noite nós não dormimos. Na segunda noite nós não dormimos. Na manhã terceiro dia nosso espiríto inconformista falou mais alto e partimos à ação. Por sorte, na época do parto da Mariah, muitos amigos também ganharam bebês. Pegamos o telefone de vários obstetras e começamos a tentar.



Depois de um ou dois dias a Luiza conseguiu o telefone de uma outra obstetra. Ela tinha feito o parto de um primo da minha esposa. Conseguimos marcar a consulta por encaixe e ela aceitou fazer o parto, só que como estava muito em cima, a data foi atrasada em 3 dias. Assim, Mariah quase nasceu no dia 25 de janeiro.

E como a médica era credenciada do nosso plano de saúde, não gastamos um tostão, apenas assinamos papéis. What a wonderful world.

segunda-feira, 12 de março de 2012

É um processo

Nas minhas fantasias, o desmame da Mariah seria algo meio radical: a partir de hoje não mama e pronto. Isto talvez funcione com crianças bem pequenas, com menos de um ano, entretanto com uma criança de quatro anos a coisa é mais complicada. Ou será que eu e a Luiza fizemos a coisa ficar mais complicada?

Um vídeo famoso do Youtube, que trata do consuminsmo e da poluição, afirmava que a amamentação é o mais nobre ato de nutrição da vida de uma pessoa. Eu digo que é bem mais que isto, porque amamentar é carinho, afeto, segurança, renúncia e, claro, nutrição.

Esta semana foi decisiva. A madrinha passou 5 dias conosco, fazendo um curso, e dormiu com a Mariah no quarto e desde segunda estamos indo muito bem. Aos poucos o mamilo vai perdendo o sentido e a vida continua.

Não podemos menosprezar a criança. Ela sente a pressão por todos os lados. É a pediatra, a escola, a mãe, o pai. A gente compreendia a dificuldade e procurava tornar o processo menos doloroso. Quando ela olhava nos meus olhos e dizia: "Mas, pai, eu não consigo!" dava vontade de abraçá-la com toda a minha força e chorar.

Mas tudo tem o seu tempo e Deus sabe o que faz. Este consolo nos dá uma grande tranquilidade. Agora é o momento e ela está bem, conseguindo.

Te amo muito, filha.

sábado, 3 de março de 2012

La dolce vita

O brasileiro consome 50 quilogramas de açúcar por ano.

http://www.usp.br/agen/?p=10067


Quando anunciaram isto na TV eu e a Luiza ficamos um tempo perplexos, olhando um para o rosto do outro. Aquela coisa do "não é possível!" que depois vira uma piada velha: "estão comendo açúcar por mim!".

Cinco gotas de adoçante equivalem a uma colher de açúcar. É o que está na maioria das embalagens. Se colocarem na contabilidade este açúcar travesti que atende pelo nome de aspartame, cliclamato, sucralose aí sim a gente precisaria de Araldite para o queixo.

Considerando o ano como 50 semanas mais duas de dietas fracassadas que quase todo brasileiro faz e facilita a minha conta, dá um quilograma por semana. Jesusmariajosé. É melhor pegar os 50 e dividir por 365.

setenv piada_idiota on

"366! Porque este ano é bissexto..."

setenv piada_idiota off

137 gramas por dia. Estou atormentado com o resultado. Será que eu não sou um brasileiro médio? Fiz as contas e uma lata de refrigerante tem de 20 a 25 gramas de açúcar, no entanto eu só bebo refrigerante sem açúcar e, mesmo assim, estou tentando diminuir. Bem, tem que lembrar que o pão, as conservas e diversos  produtos industrializados usam açúcar na receita, ainda que o produto final não apresente gosto doce.



A verdade é que a indústria alimentícia infestou a nossa mesa de estimulantes sensoriais perigosos quando consumidos em excesso. Temos nos empanturrado destes produtos porque a fábrica quer vender e esta é, em última análise, a função destes aditivos. O mais famoso certamente é o sal, porque é eficaz e barato, assim como o açúcar e o glutamato monosódico.



Como um vício, com o tempo e sem perceber, passamos a exagerar quando preparamos os nossos alimentos e conscientemente tentamos nos livrar da indústria. Quando peço um suco na rua eu tento me policiar para não colocar adoçante antes de provar se o suco realmente precisa. É simples, sem custo extra e rápido: basta rasgar um ou dois (depende do seu nível de dependência) sachês e pronto: aqui está um delicioso e superadoçado suco de manga com leite. Este faz mal.

A comida da minha mãe sempre foi considerada como quase sem sal. Ela justificava dizendo que se habituou desde o primeiro enfarto do meu pai, mas eu nunca achei a comida da minha mãe salgada simplesmente porque o primeiro pire-paque do meu pai foi anterior ao meu nascimento e, por falta de grana, era muito raro a gente comer na rua e nunca liguei muito para salgadinhos industrializados.

Quando eu comecei a trabalhar, passei a me alimentar com frequência na rua e naturalmente a minha tolerância ao sal e aos outros aditivos foi aumentando. Depois eu conheci a Luiza, dominatrix de salgadinhos e tudo que é besteira deliciosa, e acabei com o pé na Jaca do Mau Caminho. Hoje qualquer um que não seja mexicano fica assustado com a minha desenvoltura com o molho Tabasco.


Sou da teoria que sal, açúcar e glutamato deveriam ter a carga tributária maior que o cigarro, para pagar os custos que o consumo exagerado destes alimentos geram ao sistema público de saúde. Mas já imaginou contrabandistas atravessando a Ponte da Amizade com sacos de sal?