quinta-feira, 27 de junho de 2013

Dieta Shangri-latkins

Dia 02 de maio entrei numa tentativa de indução da Dieta Atkins. No final das minhas férias, em janeiro, estava com 129kg, uns 4kg acima do meu normal.

Final das férias, final de janeiro e aniversário da Mariah: quase 130kg
Comecei diminuindo o peso do prato no almoço, mas enfiando o pé na jaca no jantar e nos finais de semana. Em abril comprei o livro do Atkins e juntei com outros dois e decidi entrar na indução e começar uma dieta do meu jeito. Vamos ver no que vai dar. Acho que funciona, mas também já achei outras vezes.

Floresta da Tijuca, primeiro de maio, véspera da indução: um tiquinho menos gordo


Pré-requisitos:

(1) Tem que ser executável durante um período longo (mais de um ano): como eu tenho muito peso a perder, não adianta nada fazer algo que não suporte por mais de um ou dois meses.

(2) Tem que ter financeiramente pouco impacto, de preferência reduzindo a conta nos restaurantes a quilo.

(3) Não pode mudar a rotina dos que estão ao meu redor, em especial os que moram comigo.

(4) Não pode interferir nos hábitos alimentares dos outros.


(5) Não pode incluir remédios: Vade retro, Sibutramina!

Diretrizes:

1) Não vejo sentido em dieta que não tenha pelo menos um pouco de restrição alimentar: não existe este negócio de "comer o quanto quiser" que a maioria das dietas com base em proteínas pregam. O que eu quero é sempre muito e nenhuma dieta dará certo comigo se não existirem limites. Comendo muito sobrecarrego o meu corpo, principalmente, fígado e rins.

2) Tentar eliminar carboidratos ruins: este é o princípio das dietas da proteína, criado por, entre outros, Atkins. Alguns vegetais possuem poucos e bons carboidratos e eu adoro, como repolho abobrinha e berinjela.

3) Tomar um comprimido de óleo de peixe por dia, porém não posso ter comido ou bebido nada no mínimo uma hora antes e uma hora depois. Este é a base da dieta Shangri-lá que eu adaptei à Atikins.

A Shangri-lá permite que o agente fornecedor de calorias sem sabor seja açúcar comum, frutose e óleo vegetal sem sabor, de preferência azeite de oliva light sem sabor, dificílimo de ser encontrado no Brasil. Algumas pessoas usam óleo de girassol ou canola.

O óleo de peixe contém calorias e possui sabor, mas dentro das cápsulas este sabor quase não é perceptível. O segundo inconveniente do óleo de peixe é o cheiro, principalmente quando se abre a embalagem de plástico. Para não sentir o cheiro eu prendo a respiração a partir do momento em que abro o receptáculo de plástico que abriga as cápsulas e bebo o mais rápido que eu posso, ficando o mínimo tempo possível dentro da boca e próximo ao nariz.

As cápsulas de óleo de peixe são um teste para ver se funcionam como agente de calorias sem sabor da Dieta Shangri-lá e ainda possui a vantagem indireta de fornecer Ômega 3 ao organismo. A outra opção - beber óleo de canola ou girassol - é repugnante.

(4) Este post só será publicado se eu perder 10kg já que eu considero a partir deste valor um caso de sucesso para mim.

Hoje são 10 de maio, estou supostamente no oitavo dia de indução, embora confesso que não consegui comer só 20g de carboidrato por dia como Atikins prega. Estou com 124kg.

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Hoje são 13 de maio.

Sábado, 11, foi a festa da Beatriz Trotta, coleguinha da minha filha, e eu resisti exemplarmente: comi somente o frango do estrogonofe e bebi água. Antes eu fiz um rápido jantar com duas abobrinhas refogadas e um pouco de feijão e queijo ralado. Adoro feijão com queijo ralado por cima. Se é para tripudiar a indução, que seja com abobrinha e não com salgadinhos e cerveja. Esta refeição somada à Dieta Shangri-latikins está me fazendo controlar melhor a compulsão.

Ainda não concluí se a compulsão é fruto dos carboidratos refinados como pregava Atikins ou se é algo psicológico, como um vício ou hábito forte. Ainda tenho vontade de comer pão e macarrão, mas não está sendo uma catástrofe ficar sem estas finas iguarias. Hoje eu saí de casa em jejum por vontade própria associado à falta de fome. Levei dois Polenguinhos Light. Comi um quando cheguei no trabalho e outro de tarde. A noite tomei um pequeno prato de sopa (basicamente cenoura e abóbora), salada e um pouco de queijo e presunto.

Estou quase virando um camundongo de tanto comer queijo.

Sou o da esquerda


Acho que com esta história de salada e muitas verduras eu estou abusando no sal ao temperá-las e posso estar retendo líquidos, porém não tenho certeza, é só uma tese. Meu peso subiu um pouco, um quilo, e esta oscilação é normal porque eu estou no limiar de quebrar a tendência (setpoint) de ficar em 124kg. Acho que é por isso que recomendam não pesar-se toda hora, mas eu não resisto e subo na balança todo o dia, ao acordar, peladão.

Com a tecnologia hoje temos balanças digitais baratas e com uma qualidade de medida relativamente boa. A resolução de 100g pode ser neurotizante como pode ser uma forma de fazer pequenos testes e ver a resposta do corpo.

Falando em balanças, hoje bati o meu record: 260g de refeição no restaurante: um pouco de picanha, um pouco de maminha, uma linguiça de porco e muitas folhas. Já cheguei a botar mais de um quilo de comida no prato, mas a média estava entre 550 e 650g, mas já estava tentando baixar para a faixa de 350g a 450g um pouco antes do faítico 02-05-2013.

Este negócio está me fazendo economizar um bocado. Considerando uns 300 dias úteis, se eu economizar R$7,00 por dia dá 2100 reais por ano. Uma passagem de ida e volta para Orlando, FL. Uhu!

"Boa Sorte!" Foi o que eu recebi na semana passada ao falar da dieta. Duas pessoas do trabalho que não se conhecem mas tem em comum a incredulidade. O engraçado é que o mundo explode em obesidade e sou eu - e não os médicos e nutricionistas - que é visto com desconfiança.

Por fim, hoje não deu para tomar o óleo de peixe. Não achei um lapso de 2 horas em que eu não comesse, bebesse ou escovasse os dentes.

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14 de maio.

Hoje de manhã me pesei e indicou 123,6kg. Acordei com um pouco de fome e comi uma laranja, um pouco de lombo canadense e queijo no café da manhã. Ontem o meu amigo Luiz Benedito me chamou para almoçar e eu acabei bebendo umas 2 ou 3 xícaras de café. Estou tentando parar com o café também. Aliás eu raramente bebo café em casa, só na rua.

Hoje almocei com um amigo de faculdade. Nada como ser uma pessoa querida e agradável.

Coloquei carne, um charuto de repolho, um charuto de flor de uva e pesou 460g. Estou até agora achando o prato muito cheio.

Consegui tomar o óleo de peixe. Parece simples - e é -, mas achar um lapso de tempo de 2h sem comer nem beber nada não é fácil.

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15 de maio

Acordei com fome, mas saí de casa em jejum. Comi um Polenguinho Light assim que cheguei no trabalho e almocei salmão, muita alface e um tiquinho de carne seca com abóbora. Tenho um caso de amor sincero e profundo com abóboras. Sou fraco.

O prato deu 525g, se não me falha a memória, mas eu deixei um bom pedaço de peixe.

Agora há pouco um colega de trabalho me ofereceu um pedaço de queijo. Refeição imprevista logo na hora que eu ia tomar o óleo de peixe. Mas vou tomar  um comprimido ainda hoje.

Para quem quer saber qual é o comprimido que eu estou consumindo, segue uma foto (sem publicidade, não ganho nada com isto):

Hoje, de manhã, já estava com 122,9kg. Ganhei de volta uma camisa polo azul marinho da Aviator (sem publicidade, não ganho nada com isto).

Será que a publicação será ainda em maio de 2013?

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16 de maio

122.8kg. Parece pouco, mas 100g por dia são 3kg por mês. Nada mal.

Ontem eu caí em tentação e comi uma fatia de pão de forma. Eu fiz uma caponata de pimentão, uma  invenção minha que ainda está em fase de aprimoramento, e aquilo "pede" uma torrada ou um pãozinho.

O jantar, além da tentação, foi salada de almeirão, abobrinha, queijo do reino e presunto. Na hora de dormir senti fome, mas o meu sono já está sendo muito melhor pela combinação de estômago vazio com emagrecimento. Dormi a noite toda, coisa que há tempos não fazia, sem urinar de madrugada.

Hoje eu tomei leite desnatado em pó com café cappuccino em pó um pouco mais ralo que o de hábito. No trabalho comi um Polenguinho Light. Por causa da Mariah pegamos o hábito de comer Polenguinho. Compramos a caixa fechada no supermercado Assaí perto da nossa residência.

Almocei com a minha amiga Marisa, só que coloquei muita comida, quase 600g. Compensei deixando uma boa parte no prato. O fato de eu ter almoçado um pouco mais tarde que o habitual deve ter aumentado a minha fome e a quantidade de comida que eu coloquei no prato.

Charuto
   de repolho
   de uva
   de berinjela
   de abobrinha
Rúcula + agrião
Kafta de carneiro (este eu botei dois enormes, mas dispensei um)

Tentarei compensar de noite.

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17 de maio

Hoje eu me pesei e voltei aos 122.9kg. O sistema está oscilando ou pode indicar um setpoint em 123kg. A noite comi muito açafrão, repolho e bife de alcatra.

Café da manhã de hoje: dois Polenguinhos Light.

Almoço de hoje: peixe, lentilhas e um tomate temperado com suco de limão. Estou trocando o vinagre pelo suco de limão porque este último tem fibras e vitamina C. Ocidental vive com medo de ficar carente de vitaminas quando faz dieta.

Para quem quer estudar um pouco a minha dieta seguem as minhas referências teóricas:

Roberts, Seth. A dieta de Shangri-lá. Editora Best Seller.
Trata do conceito de setpoint de peso (acho que não usa este nome, setpoint é um termo usado em engenharia eletrônica e em automação) e descobriu que consumir calorias sem sabor baixam o nosso setpoint e tiram a fome.

Montignac, Michel. Coma, emagreça e permaneça em forma. Editora Forma e Ação.
Explica o índice glicêmico. Ajuda a seguir uma dieta mais executável no dia-a-dia e talvez menos eficiente que a do Atkins.

Atkins, Robert C., A nova dieta revolucionária do dr. Atikins. Editora Record.
O mais popular guru de todas as dietas populares da proteína. É um livro quase com um pé na panfletagem e, como tal, busca no exagero uma forma de forçarmos a refletir.

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18 de maio

Ontem eu não resisti. Fui para uma reunião de amigos com fome e enfiei o pé na jaca. Droga.

A boa notícia é que parece que o meu organismo já está estranhando álcool e estes alimentos com muito carboidrato.

123,6kg e hoje ainda tem outro evento....



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20 de maio

Enfiei o pé na jaca novamente no sábado e no domingo.

No sábado tomei café da manhã na Casa do Alemão. Comi pão com linguiça e croquete de carne. A tarde tomei cerveja artesanal e um pouco de farofa.

No domingo comecei bem no café da manhã, mas acabei almoçando nhoque com uma entrada berinjela e tomate. No jantar comi salada, beterraba e quibe de forno.

Sábado esqueci de tomar os remédios, inclusive o diurético. Estou retendo líquidos e a medida de peso fica comprometida. Preciso aguardar mais um ou dois dias para normalizar.

125,0kg. Ganhei 2,3kg de bobeira (computando a retenção de líquidos provocada por não tomar o remédio).

No almoço de hoje comi agrião e alface crus e churrasco. Acho que deu 370g e café da manhã consumi um Polenguinho e um café cappuccino diet com leite em pó desnatado.

Estou mudando a estratégia do óleo de peixe para testar: estou tomando uma cápsula antes de dormir.

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21 de maio

Ontem jantei lentilha e picadinho de carne com vagem.

Hoje o café da manhã foi umas fatias de lombinho canadense, um Polenguinho Light (sempre ele...) e, ao chegar no trabalho, um copo de café com leite adoçado com adoçante.

O que seria da minha vida sem você?


123,9kg. Mais de um litro retido.

Ah, para quem quer treinar o inglês, o referencial teórica da dieta Shangri-lá está em:

http://www.stat.columbia.edu/~gelman/stuff_for_blog/selfexp.pdf

A partir da página 28.

Almoço de hoje foi um pouquinho de brócolis, um pouquinho de berinjela, frango sem pele e ovo frito. Coloquei 552g, mas isto inclui um bife de alcatra que eu não comi e duas rodelas de tomate que eu deixei no prato (acabei comendo só uma rodela).

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22 de maio

123.3kg.

Jantar de ontem: um pouco de feijão preto, picadinho de carne com vagem e salada de acelga com tomate cereja.

Café da manhã de hoje: Os onipresentes Polenguinho Light e Leite em pó desnatado. Não estou mais sentindo falta de carboidrato - pão, biscoito etc.- no café da manhã. No almoço e no jantar ainda sinto um pouco, mas bem menos que no mês passado.

Vou agora (12:41h) tomar o óleo de peixe para ver como o meu organismo se comporta neste horário.



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23 de maio e 122,2kg.

Ontem andei lendo um blog e tive idéia de fazer um jejum e não almocei. Ao final do dia comi 4 pacotinhos de amendoim do tipo torrado em sem pele. Acho que as nutricionaistas desejarão a minha morte. Mas eu estou adorando fazer experiências com o meu corpo. Até passar fome pode ter o seu lado lúdico.

O café da manhã de hoje foi um queijo minas curado, peito de peru defumado e água.

O jantar de ontem foi um tomate temperado com limão e sal como primeiro prato e um pouco de lentilhas mais o picadinho de carne com vagem como segundo prato. Felizmente este picadinho de carne acabou antes que virasse um novo Polenguinho Light.



O fato de ter durado tanto este picadinho é um ótimo sinal que eu estou comendo realmente menos. Ando refletindo se esta dieta que eu sigo é economicamente viável somente para as camadas mais ricas da sociedade. É uma questão pertinente, pois o grande foco de obesidade hoje, paradoxalmente, são os mais pobres.

No primeiro momento a dieta é realmente cara, porque você está com um apetite grande e acaba comendo comida cara nos primeiros 15 dias da indução. É muita carne, muito queijo e estes produtos realmente são mais caros que os ricos em carboidrato. A questão é que depois da indução a fome diminui, então você acaba comendo menos de algo realmente mais caro. Nesta fase é difícil avaliar se globalmente o custo da alimentação aumentou ou diminuiu. Eu deveria ter montado uma planilha.

Ontem economizei uns 15 reais não almoçando e também praticamente não estou sentindo mais as dores da minha héria de estimação, a minha companheira S1-L5 (entre a Sacral 1 e a Lombar 5). Acho que em breve liberarei-me para a atividade física, provavelmente caminhada.

Entre o verde e o azul-turquesa


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24 de maio.

121,2kg

Café da manhã de hoje: adivinhem o que foi! Exato! Duas unidades de Polenguinho Light durante a aula.

Jantar de ontem: abobrinha refogada, feijão preto e carne assada. O oleo de peixe me deixou com a sensação de ter comido muito o resto da noite toda. Acho que o horário em que ele é mais eficiente para tirar a fomr para mim é tomando duas cápsulas por volta das 18h.

Ontem não almocei e caminhei bastante na hora do almoço.

Senti muita fome, hoje, durante a aula. Só pensava que sexta-feira é dia de feijoada no centro da cidade, mas resisti. Almocei e fiquei empanturrado: salada, feijão, carne assada e abobrinha. Acho que a fome é indicativo de um novo setpoint - sempre ele - em 122kg. Pelo jeito é um setpoint a cada 2kg perdidos.

Faltam 2,2kg para publicar este post. Trotta me convidou para uma pelada que acontece toda a terça. Não consigo me imaginar jogando pelada.

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25 de maio.

121,8kg

O café da manhã de hoje foi um capuccino e um sanduíche de queijo, presunto, tomade e ovos mexidos. Vinha com pão árabe, mas comi apenas o recheio.

Almoço: foi aqueles pratos de "churrasco misto": serviram molho a campanha, batatas fritas, arroz branco e farofa de ovos. Acho que comi 3 palitos de batatas, nenhum arroz e peguei um pouco de farofa de ovos, tomando o cuidado de diminuir a quantidade de farofa e elevar a de ovos. Mais as carnes do churrasco misto.

Por volta das 6h mais um café com adoçante e no jantar as carnes que sobraram do almoço (yes, nos fazemos quentinha!) e um tomate.

Para um sábado parcialmente alimentado na rua acho que até eu fui bem. Não considerei um dia totalmente "Pé na jaca".

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26 de maio.

121,7kg

Como hoje é domingo me permiti uma fatia de pão de forma "integral". Bebi refresco de maracujá (aqueles que vem em garrafa e diluimos com água). Nem sei se aquilo tem muito carboidrato e meio copo de suco de  maçã. Além, claro, de queijo, presunto e requeijão.

Almoço foi uma panqueca e costela de porco assada no forno.

O Jantar foi 1,5 pizzas de frigideira e frango. Amanhã acho que não almoçarei.

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27 de maio.

122.8kg

Hoje não tomei café da manhã e talvez não almoce. E amanhã ainda tem festinha em casa de festas.

Tive diarréia hoje de manhã. Acho que o meu corpo não está mais aceitando carboidrato refinado.

O almoço foram 265g - 5g a mais que o recorde -: Palmito,rúcula, agrião e carne. Peguei uma infecção no dedo por ter tirado um pedaço de pele na lateral da unha e entrei no antibiótico. O jantar foi sopa de abóbora, chuchu e cenoura.

Estou aproveitando para testar o óleo de peixe. Não tomei nem ontem nem hoje para analisar como o meu corpo reage.


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28 de maio.

122,0kg

Ontem, antes de dormir, comi duas fatias de presunto e queijo. Dormi com fome. Talvez seja a falta do óleo de peixe.

O café da manhã de hoje foi refresco de maracujá com adoçante, uma fatia de pão integral com presunto e dois polenguinhos light.

O almoço eu coloquei carne cozida, vagem e berinjela. 550g. Tudo bem que eu deixei no prato parte da carne e esta, sendo cozida, pesa mais que a assada ou grelhada, porém pode ser que o ato de botar mais comida no prato já seja efeito da falta do óleo.

A diarréia passou a partir da tarde de ontem. Hoje tem a festa de aniversário do William, coleguinha de escola da Mariah. Orem por mim.

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29 de maio.

122,8kg

 Café da manhã: capuccino diet em pó com leite.

Ontem jantei na casa de festas (dois pratos com molho de carne moida e uma colher de macarrão no primeiro prato), comi 2 salgadinhos tipo quibe e bebi uns 200ml de cerveja. Antes tinha comido 3 saquinhos de amendoim grelhado (não é do tipo japonês). Estouro total da cota de carboidratos.

Tomei o óleo de peixe. Estou com um setpoint forte em 122kg. Acho que está sendo o maior de todos até agora. Estou tentando romper com base na força bruta: café da manhã fraco e não almocei, apenas comi mais um saquinho de amendoim grelhado. Quatro saem por dois reais.


A infecção já está regredindo e estou praticamente bom, mas eu tenho uma semana de antibiótico.

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30 de maio.

121,9kg. Este setpoint está sinistro.

Ontem antes de ir para a casa do Trotta tomei um suco de morango com leite para controlar a fome. Comi a parte de cima de uma pizza brotinho e Luiza acreditou que houve falta de educação neste ato e amendoim do tipo japonês. Em casa acho que comi salada de agrião, feijão e mais algo que eu esqueci.

Hoje eu comi presunto e queijo no café da manhã com mate diet. Almoço foi salada de agrião, feijão, frango assado e purê de espinafre. São 21:19 e ainda tenho que tomar antibióticos, Metformina e óleo de peixe.

No mercado, encontramos a família Fiorio e tirei uma foto. Já estou mais magro ou foi o jogo de sombras com barba por fazer?

Esta camiseta verde está mais folgada que antes.



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31 de maio.

121,8kg. Este setpoint está sinistro (2).

De qualquer forma, a minha fissura por comida praticamente acabou. Não sinto mais falta nenhuma de arroz e receitas com trigo. O problema é que isto é meio antissocial porque em todos os eventos oferecem comidas que levam trigo.

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01 de junho.

120,8kg. Acho que venci o setpoint de 122kg. 

O feijão ainda vai acabar comigo: ontem, no almoço, bati uma feijoada maravilhosa num restaurante da Gonçalves Dias, mas não comi o arroz e deixei um pouquinho de nada de farofa. No jantar, feijão branco com linguiça e depois um pouquinho de amendoim sem pele de aperitivo e Coca-Cola Zero.

O café da manhã de hoje foi queijo, presunto, água e me permiti um pouquinho de salada de frutas e morangos.

Já estou ficando com vontade de praticar exercícios.

Amanhã completo 1 mês de dieta "para valer".

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02 de junho.

121,5kg


Almoço de ontem foi na rua. Aquilo que intitulam de churrasco. Na verdade, considerando o volume total, de churrasco vem muito pouco. A maioria é carboidrato barato e engordativo: uma montanha de arroz branco sem gosto e soltinho "sabe-se lá, Deus, como", farofa com ovos, um pouquinho de molho a campanha e uma outra montanha de batata frita sem sal. Pedi uma porção de feijão e de salada de alface, tomate e cebola. Comi a farofa (ninguém é de ferro), o feijão, a carne e a salada. Fiquei com bafo de cebola desgraçado e Luiza quase entrou com um pedido de divórcio litigioso.

Jantei salada e um pouco de queijo.

Café da manhã foi mais queijo e um cappuccino diet e - sempre ele - polenguinho light.

Almocei por volta das 18h porque deu um problema hidráulico no condomínio e a minha esposa é síndica e eu me senti na obrigação de ajudar: salada de rúcula, tomate e palmito, carne moida, 2 ovos fritos, feijão branco com linguiça e um pouquinho de purê de batata doce.

Escrevendo neste blog vejo como sou limitado e repetitivo em termos de comida. Mas a culpa não é da dieta, afinal eu posso comer lagosta, camarão, salmão, bacalhau e picanha argentina.

Ontem não tomei o óleo de peixe. Vou fazer a experiência de tomar 4 daqui a pouco (dois por ontem e dois por hoje).

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03 de junho.

120,8kg. Muito bom para a primeira pesagem após o final de semana, tradicionalmente cheio de abusos.

Café da manhã foi: uma maçã pequena, 2 morangos,  cappuccino diet e um polenguinho light.

Almoço, um pouquinho de salada de rúcula, queijo ralado por cima, frango e picanha suína com molho barbecue (proturei tirar ao máximo mesmo antes de colocar no prato e no prato, antes de comer). 454g, contando com a fraldinha que eu acabei não comendo por estar saciado. Na prática acho que eu comi menos de 400g.

Na hora do almoço estava com muita fome e fui ao restaurante cedo. Mas agora estou sentindo o estômago explodir. Acho que é o óleo de peixe.

Com um pouco de sorte acho que amanhã eu saio de 120kg.

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04 de junho.

120,5kg.

Jantei ontem salada de rúcula, palmito e tomate, feijão e carne assada.

Café da manhã foi Leão Iced Tea Zero sabor pêssego, 3 morangos e uma maça pequena. Estes carboidratos estão me deixando com fome. :o(

Como era de se prever, almoço de mais de 600g. O olho cresceu porque o restaurante era diferente do habitual. Costela de boi, cordeiro, queijo gorgozola, mussarela de búfala, berinjela, um pouquinho de azeitona e polvo. Zorra total. Tenho que voltar a comer no restaurante do recorde.



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05 de junho.

121.2kg

Jantar de ontem: linguiça calabresa com um pouco de cenoura ralada.

Café da manhã: nada (jejum intermitente). Às 11h tomei um café com leite com adoçante.


Fiz um gráfico para ver se percebo alguma coisa no meu emagrecimento com relação ao dia da semana, mas a quantidade de dados me pareceu pequena. O que dá para perceber é a oscilação do peso indicando o setpoint, principalmente em 122,5kg.

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06 de junho.

120,9kg

Jantar de ontem: feijão, carne moída e linguiça calabresa.

Café da manhã de hoje; enroladinho de queijo prato com presunto, além de um Polenguinho Light.

Descobri que realmente a melhor hora para tomar o óleo de peixe é entre 17:30h e 18:30h, pois por menor que seja a quantidade de comida no jantar, eu sempre me sinto como se tivesse comido um elefante.

Acho que eu andei, sem querer, comendo muito carboidrato na forma de vegetais, não sei. Não ando com esta neura de ficar contando, mas fiquei com esta impressão.

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07 de junho.

119,7kg

Jantar de ontem: bife de panela, repolho refogado e feijão.

Café da manhã de hoje: tomate com suco de limão, queijo, presunto, um pouquinho de mamão e café cappuccino. Não almocei, comi 4 saquinhos de amendoim e tomei o óleo de peixe por volta das 16h.

Comprovei hoje que, 15 minutos depois de tomar o óleo de peixe, chega uma fome desgraçada, porém é preciso respeitar o jejum de 1h antes e 1h depois. A fome só aumenta, mas é preciso resistir. Depois do periodo de jejum, é preciso comer pouco porque qualquer coisa que eu coma já fico muito saciado.


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08 de junho.

119,9kg

Jantar de ontem: enroladinho de queijo e presuntoe jaqueada nível 5: nhoque à bolonhesa.

Café da manhã: mamão, queijo, presunto, ovos mexidos e um pouquinho de tomate.

Almoço: estrogonofe de frango com repolho e cenoura ralada.

Jantar: linguiça calabresa com cebola e limão.

Apesar de ser final de semana, consegui tomar o óleo às 18h.

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10 de junho

120,5kg

Não anotei o dia de ontem, Acho que deu 120,9kg, mas não tenho certeza. Sábado tivemos visita em  casa e eu consegui não comer a pizza sem problema algum. Nem mesmo usei a técnica - suspeita, por sinal - de consumir somente a cobertura, deixando a base. Ontem eu fui numa festa junina e também só bebi água e comi um mini bolinho de bacalhau. Acho que já consigo conviver com os eventos sociais sem jaquear tanto, o que é um ótimo sinal.

Jantar de ontem foi feijão com bife de panela. Acho que comi muito feijão porque eu dormi muito mal e tive pesadelos.

Café da manhã de hoje foi queijo, presunto e água.

Quanto eu chegar em menos de 119,0kg eu iniciarei um teste: a Dieta de Shangri-lá diz que calorias sem sabor diminui a fome, eu quero saber se sabor sem calorias aumenta da fome. Vou ficar em jejum de uma hora antes e uma hora depois de tomar um refrigerante zero caloria durante uma semana e ver como se comportará a minha fome.

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11 de junho.

121,4kg

PQP!

Depois da orgia gastronômica, temos a conta. Hoje eu não tomei café e o almoço foi 425g de basicamente peixe. A noite comi amendoim e depois 4 hambúrgueres de frango com queijo. Ah, consumi uma  tangerina entre o almoço e o jantar. Não tomei o óleo de peixe.

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12 de junho.

120,4kg

Café da manhã foi enrolado de queijo e presunto. Cortei o Capuccino Diet porque tem muito carboidrato.

Almoço foi 450g: peixe, frango, feijão vermelho (um pouquinho só), folhas e proteína de soja.

Jantar: primeiro no caminho eu comi um churrasquinho de rua e dois saquinhos de amendoim sem casca. Depois eu tomei mais ou menos uns 600ml de vinho, queijo, umas 5 torradinhas com pastinhas deliciosas e uma fatia de bolo. É, jaqueei de novo.

Já observei que entre a fuga da dieta e o reflexo na balança demora umas 48h.

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13 de junho.

120,8kg

Café da manhã: limonada com adoçante, queijo minas e presunto. Estou pensando em padronizar as quintas-feiras como dia de jejum de almoço. Vou escolher um dia da semana para o dia do zero carboidrato, talvez segundas ou terças.

A diminuição da barriga é a parte mais visível, mas ontem eu vi uma curvinha na bochecha que não existia.

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14 de junho.

120,7kg

Almoço de ontem: 400g de carne (picanha de churrasco e costela cozida). Só carne. Ah, uma Coca-Cola Zero porque ninguém é de ferro.


Café da manhã de hoje: queijo, presunto e meio copo de café com leite desnatado.

Almoço: churrasco, molho a campanha, alface e mamão. 450g.

Jantar: salada com vagem, brócolis, ovos cozidos, cebola e tomate além de lasanha de berinjela.
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15 de junho.

119,4kg, um recorde!

Jantar de ontem: salada como a de ontem e estrogonofe de frango.

Café da manhã de hoje: mamão e queijo minas.

Uma macã e 500ml de mate sem açúcar entre o café da manhã e o almoço

Almoço: arroz integral, bastante feijão, bife e salada de tomate, milho, ervilha, cebola, ovo cozido e palmito.

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16 de junho

121,7kg

Jantar de ontem: fomos à festa junina da Igreja de Nossa Senhora do Líbano e depois esticamos num barzinho com a família Trotta. Claro que não iria prestar. Na festa tomei uma Coca-Cola Zero, no barzinho rolou cerveja, carne, pastel e batata frita. Vou para o inferno das dietas.

Café da manhã: queijo, presunto, mate zero e maçã.

Almoço: caldo verde - cadê o chicote? - e abobrinha recheada gratinada.

Jantar: carne moida, minha compota de pimentão - estou aprimorando a receita, desta vez não levou cebola, mas incluí azeitona e diminui a quantidade de azeite - e sardinha no molho de tomate em lata.

Ceia: uma tangerina e uma maçã.

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17 de junho.

121,6kg

Ontem acabou o remédio de pressão e só tomei às 19h, e não de manhã, ao acordar, como de costume. Como é um diurético a medição de peso fica comprometida. É possível que o "peso real" seja ainda maior.

Café da manhã: dois Polenguinhos Light e chá verde.

Almoço: churrasco de maminha, um pouquinho de molho a campanha, um pouquinho de brócolis e ovo cozido. 500g.

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18 de junho.

120,0kg

Ontem eu fui a um evento com jantar, só que a informação que chegou aos meus ouvidos era que seriam salgadinhos. Para evitar mais jaqueadas, eu jantei meia hora antes de começar o evento. Perdi dinheiro, mas evitei o risto. Coisas da vida. Peixe, camarão sem nenhum molho e palmito basicamente.

Café da manhã de hoje: Nada. Até porque eu estava com pressa.

Senti muita fome e acabei amoçando cedo - 11:30h - e botando muita comida no prato.

Almoço: omelete, um pouquinho de berinjela, peixe, linguiça de porco e um pouquinho de costela de porco ao molho barbecue, que eu procurei retirar ao máximo. 520g, mas deixei o feijão tropeiro e o ovo frito que eu acabei não comendo.

Jantar: abobrinha recheada com carne moida e molho de tomate, gratinada com queijo.

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19 de junho.

119,3kg

Ontem a noite eu me pesei e indicou 118,8kg. Fiquei tentado a publicar o post, mas seria fraude visto que o que vale é a medição de manhã, ao acordar. Tenho que controlar a ansiedade de publicar.

Café da manhã: um pouco de amendoim torrado sem pele.

Almoço: peixe, cabrito assado, queijo gorgonzola e um pouquinho de berinjela. 500g.

Jantar: dois pratos de sopa de abóbora. Adoro abóbora.

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20 de junho.

119,3kg

Café da manhã: amendoim torrado sem pele, um Polenguinho Light e limonada.

O gráfico atual é este:

A análise de regressão indicou 100g por dia de perda o que dá 3kg por mês. Nada mau diante de tantos eventos sociais e puladas de cerca na dieta. Se a tendência se mantiver, acho que no dia 31 de dezembro eu estarei no limiar de sair dos 3 dígitos. Não vejo a hora de entrar na C&A e comprar uma calça número 46. Nasci para ser pobre.

Almoço: cordeiro, palmito, berinjela e queijo gorgonzola.

Jantar: salsicha, linguiça e minha compota de pimentão. Comi também uma maçã.

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21 de junho.

119,3kg

Café da manhã: uma maçã.

Hoje sai com pressa e não tomei os meus remédios. Aproveitei e comprei-os na farmácia. No caminho pensei em fazer uma experiência: substituir do Glifage XR que tem ação retardada pelo genérico sem ação retardada. A diferença de preço é de R$9,59 para R$3,40. Não são só 20 centavos. Como eu não estou comendo carboidratos simples, estou testando para ver se o XR não pode ser substituido pelo convencional.

Almoço: carne, um pouquinho de cenoura ralada, alface e berijnela.

Jantar: Salada de feijão fradinho e sardinha.

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22 de junho.

119,4kg

Café da manhã: queijo, presunto, minha compota de pimentão e refresco de suco de uva.

Almoço: quibe de forno e salada de feijão fradinho.

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24 de junho.

120,4kg.

Sábado teve festinha de aniversário e eu pulei a cerca. Domingo eu ainda comi macarrão e feijão branco com linguiça. Hoje eu não tomei café da manhã para descansar o fígado e borar a dieta na linha de novo. A luta continua!

Almoço carne, um pouquinho de peixe, alface e molho a campanha.

De tarde eu comi 4 saquinhos de amendoim.

De noite foi sopa de abóbora e feijão branco com linguiça.

Como esta dieta eu descobri que eu posso tomar a Metformina comum, bem mais barata que a versão de ação prolongada.

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25 de junho.

119,4kg

Café da manhã: queijo, presunto e mamão.


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26 de junho.

119,8kg

Café da manhã: dois saquinhos de amendoim.

Almoço: churrasco (alcatra), um pouquinho de brócolis, um pouquinho de cenoura ralada. 330g.

Estou a alguns dias sem tomar o óleo de peixe. Forte set point em 120kg.

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27 de junho.

119,0kg

Consegui: 10kg perdidos! Obrigado por ler até aqui.


quarta-feira, 19 de junho de 2013

Soma zero

"Neste ano, será necessário R$ 1,2 bilhão para subsidiar a tarifa atual (R$ 3,20). Se for aprovada a redução para R$ 3, o valor passaria para R$ 1,4 bilhão." (1)

A passeata pedia dimunuição do preço da passagem. O prefeito ofereceu uma redução de 20 centavos por meio de um subsídio estimado em 200 milhões de reais.

Se a prefeitura é bancada pelos impostos de todos os moradores, estes, na prática, vão receber o desconto por uma mão e pagar mais imposto ou ter menos benefícios da prefeitura pela outra mão.

Soma zero. Poker face!

(1) http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia/2013-06-19/haddad-disse-que-ataques-foram-atrocidade-contra-municipio

Private Equity de Pobre

"Rosane revela que o pai gostava daquilo, era algo que o estimulava: "Ele pegava uma empresa desestruturada, estruturava e passava adiante. Depois, buscava outro desafio. E assim foi crescendo, crescendo..." " (1).

Em poucas linhas a filha de Jacob Barata sintetizou uma estratégia tão antiga quanto eficaz que deu muito dinheiro ao seu pai: comprar uma empresa mal administrada, mas com potencial, dar um choque de boa gestão e vendê-la com lucro.

É fato que ficamos mal acostumados. Desde a queda dos juros a classe média olha para todos os lados em busca de investimento seguro e com baixo risco que pague 6% ao ano acima da inflação. Não vai encontrar. O cenário mudou e quem peceber antes tem mais chances de achar ótimas oportunidades.

Comprar empresas pequenas, no Brasil, não é fácil. Ao contrário das sociedades anônimas, os resultados não são públicos e é mais difícil levantar os dados contábeis e administrativos. Normalmente não há, também, informações claras sobre a clientela, potencial de crescimento e plano de negócios. É um tiro numa sala muito mais escura, inclusive no valor do negócio.

A vantagem é que você não vai começar do início, não terá que esperar meses até o empreendimento começar a deslanchar, pois já existe clientela e fluxo de caixa.

É um negócio que envolve risco, coragem e preferencialmente sócios confiáveis. Sugiro concentrar-se em um tipo de empresa para, em médio prazo, diminuir os riscos por meio de especialização e conhecimento do ramo. Vejo com bons olhos pequenas lojas de material de construção e ferragens, padarias, pequenos mercados, serviços baratos que facilitem a vida da mulher que trabalha como reparos domésticos e manutenção do lar, pet shops e cuidado com idosos.

Boa sorte!

(1) http://www.milbus.com.br/revista_portal/revista_cont.asp?1448

terça-feira, 18 de junho de 2013

A jornada 5: o operador maluco

Desistindo da bariátrica e aguardando uma inundação de cirurgiões cobrando a tabela da AMB, relaxei e deixei o controle do peso para escanteio. Pequeno privilégio de homem casado.

Naquela época eu trabalhava em turno, então foi entre 2001 e 2004. Um novo concurso tinha surgido e entraram mais 4 operadores para o meu setor. Um deles, J., era um viciado em livros e um pouco idiossincrático. A maioria o taxava de louco, mas esta avaliação era em parte fruto da ignorância. De qualquer forma, uma coisa que eu aprendi cedo foi que é ótimo ter um amigo assim, diferente, porque ele vê o que ninguém vê e de um ângulo muito particular, que pode levar a soluções interessantes e análises criativas dos fatos. Resumindo: conversava muito com o J. Só que J. estava engordando muito e a gente ficava brincando sobre este problema.


Um dia ele disse que "aquilo não era normal" e que iria emagrecer. O método não poderia ser convencional. J. esbravejava que médico não sabia de nada e que um amigo perdeu 40kg com a Dieta do Atum e ele iria fazer o mesmo. Perdeu uns 35kg no intervalo de meses, talvez um ano. Claro que no início ele foi alvo de deboche, mas diante de 35kg perdidos todos respeitam, pois ele mostrou no corpo dele que estava correto e que conseguiria emagrecer. Um dia, um operador muito amigo nosso, o Valdenir, apareceu com uma caneta e uma folha de papel em branco e foi perguntar como era a tal Dieta do Atum do J. e este, muito simpático e diria até feliz por ajudar, disse:

- De manhã você come o que quiser.

- Espera! Estou escrevendo: "De manhã pode comer o que quiser". Ok, e depois?

- No almoço você come uma latinha de atum light, mas tem que ser light, na água e sal, e uma saladinha de alface e tomate.

- "Almoço: atum e salada de alface e tomate". E depois? E no jantar?

- Não tem jantar. Você deve correr para cama e dormir bem cedo para no dia seguinte poder comer tudo o que quiser no café da manhã.

Deu pena da cara de desânimo do pobre do Valdenir. Acho que ele não seguiu a dieta do J.

Até hoje eu procuro ver a lógica da dieta do J. Ainda que ele fosse louco, tecnicamente, o corpo de um louco tem a mesma fisiologia e comportamento de uma pessoa normal, a diferença do louco para o são está no cérebro, pois o corpo do louco tem coração, pâncreas, perna e pulmão rigorosamente comuns.

O que o fez emagrecer afinal? Ele dizia que atum tinha alguma coisa que tirava a fome, que no início da jornada sentia-se faminto, porém, depois de uns dias, tudo passou. Aos olhos de hoje, eu tenho algumas pistas do quebra-cabeça que fez a dieta funcionar, mas na época nada fazia sentido. Ele não fazia pequenas refeições de três em três horas, não suprimiu açúcar, não ficou com fome e não abandonou a jornada no meio do caminho. O que diabos aconteceu que simplesmente fez aquela coisa de doido funcionar?


A jornada 4: o show do sabão em pó

Em 2001, já casado, começou a tornar-se popular no Brasil a cirurgia de redução do estômago. Eram constantes as reportagens nos meios de comunicação e eu, claro, vi neste procedimento cirúrgico a solução da minha vida. O que chamava a atenção eram as pessoas emagrecendo rápido: eliminar 30 quilos era algo banal, uma obrigação, uma questão de honra. O problema era que o meu corpo não se enquadrava entre os elegíveis para fazer a bariátrica, visto que o meu IMC era 38. Claro que existiam complicações para justificar a cirurgia, pois eu tomo remédios para controle da pressão há anos, mas, naquela época, as informações que chegaram era que o IMC acima de 40 era uma condição essencial. Mudar de IMC 38 para IMC 40 é algo fácil para um gordo. São só quatro quilos no meu caso e eu consciente ou inconsciente, acabei engordando mais.

Vencido o primeiro obstáculo, o segundo foi descobrir quem fazia a cirurgia. Poucos eram aptos a realizar o procedimento e eu não conhecia ninguém. Não encontrei informações na internet - hoje em dia tem cada site de cirurgião que são verdadeiras obras-primas do webdesign - e a única solução foi marcar uma consulta com um cirurgião credenciado do plano de saúde para me informar. Na consulta, um senhor de uns 50 anos e que me pareceu ser estrangeiro, disse que era contra a cirurgia, embora, se eu tivesse um câncer, ele operaria sem problemas. Acho que ele quis dizer que não se deve operar um estômago em perfeito estado. Diante da minha insistência ele me deu o telefone de um cirurgião que fazia a bariátrica. Marquei a nova consulta.

O médico não era credenciado. Numa época que o salário mínimo valia R$180,00, ele me cobrou R$100,00 por 15 minutos. Consulta relâmpago. Não durou 13 minutos porque antes de partir eu pedi para medir a minha pressão. Nesses 13 minutos ele disse que tudo que eu precisava saber sobre a cirurgia bariátrica seria esclarecido num auditório na zona sul da cidade, supostamente uma reunião mensal para os candidatos.

Decidi levar a Luiza, para tentar convencê-la que o procedimento cirúrgico era a melhor solução para mim e fiquei chocado: o médico apresentou uma palestra e não uma reunião e não era exclusivo para tirar as dúvidas dos candidatos. Conhecemos, inclusive, uma funcionária das Casas Pedro que estava na plateia com um mês de operada.

O médico palestrante levava jeito. Dominava a platéia, tinha carisma. Só decepcionou o povo quando disse que era fundamental fazer exercícios e dieta mesmo depois de operado. Surgiu um "ahhhhh" típico das "colegas de trabalho" do programa Sílvio Santos. Nos outros momentos, parecia que ele estava anunciando um novo sabão em pó e não falando sobre uma cirurgia com 2% de probabilidade de morte.

Para mim, de um modo geral, não elucidou muito e eu fui falar com ele após o show. Eu queria saber qual é o primeiro passo de efetivamente para chegar na mesa de cirurgia do hospital e ficar lindo e magro para todo o sempre.

- Precisa marcar uma consulta comigo. São 400 reais.

Mais de 915 reais, considerando a inflação do periodo..

- Mas não pode ser um outro endocrinologista? - perguntei na inocência dos que querem economizar.

Ele ficou sem graça, e disse que era preciso ter um relacionamento grande entre o endocrinologista e o cirurgião. tudo bobagem, pois nem sabia direito quem era o cirurgião que me indicou para a palestra. Mas claro que tinha que ser com ele, um endocrinogista que não tinha nem 30 anos e nem mesmo mestrado na época e que cobrava por uma hora de consulta muito mais que um professor da Fundação Getúlio Vargas com doutorado nos Estados Unidos.

Mas o que me chocou mesmo não foram só os altos valores envolvidos. Claro que, se o endocrinologista cobrava aquele valor, teria que vender um rim, uma córnea e meio pulmão para pagar a conta do anestesista e do cirurgião se eu chegasse ao bisturi, porém o clima de festa criado numa suposta palestra sobre algo que as pessoas correm risco de vida me indicava que algo muito estranho ocorria. Na minha cabeça, eles não estavam procurando curar doentes, mas cativando clientes. Decidi que não iria fazer a bariátrica naquele momento e dei a inquestionável desculpa da lei de mercado:

- Dentro de 5 anos teremos mais cirurgiões fazendo o procedimento e o preço deve baixar. Eu espero até lá.

Durou 10 anos, e neste meio tempo a cirurgia evoluiu e muitos voltaram a engordar. Claro que os casos de fracasso a culpa foi, mais uma vez, unicamente jogada nas costas dos clientes-pacientes e jamais numa intervenção cirúrgica tão maravilhosa..

Até o próximo capítulo.

segunda-feira, 3 de junho de 2013

A Jornada 3: causa e efeito

O post anterior era para continuar a história do ponto da cirurgia bariátrica, coisa que eu não fiz. Achei importante naquele momento contar que eu passei por um longo tratamento psicoterápico como uma forma alternativa - e ao mesmo tempo convencional para a época - de emagrecer. O problema é que as psicólogas que eu conheci não conseguiram definir direito o que é causa e o que é consequência.

Se você pegar dados dos 50 estados dos EUA nos anos 1970 e fizer uma tabela considerando o número de carros e a quantidade de estradas, em quilômetros, que cada estado possui vai descobrir uma forte correlação positiva: quanto mais carros, mais estradas. Agora responda:

(a) Constroem muitas estradas porque os habitantes possuem muitos carros?

ou

(b) Os habitantes compram muitos carros porque construiram muitas estradas (sistema viário excelente)?

O fato de serem correlacionados não informa quem é a causa e quem é a consequência. Você pode chutar, opinar pela lógica, mas não dá para afirmar com 100% de certeza entre (a) e (b). Aliás, pode nem mesmo existir relação de causa e efeito.

Eu afirmo que existe uma forte correlação entre auto-estima baixa e obesidade. Os psicólogos que eu conheci naquela época consideravam que a baixa auto-estima causava obesidade, mas olhando hoje eu vejo o contrário, isto é, a obesidade causa a baixa auto-estima. Pode parecer nítido para você, hoje, mas em 1984 não era muito claro. A nitidez daquela época indicava o contrário.

Mas o mundo quando eu fiz a minha primeira dieta, em 1984, era diferente. A epidemia de obesidade ainda não era muito nítida por aqui. Pesar mais de 100kg era escândalo e escárnio. Claro que temos que considerar nestes quase 30 anos que o povo brasileiro ficou mais alto, mas, seguindo o padrão de IMC máximo de 25 para não ser considerado obeso, uma pessoa com 100kg seria considerado com peso normal se sua altura fosse de 2 metros.

A parte psicológica e emocional dos brasileiros não mudou para pior nestas três décadas para justificar a explosão de obesidade. Pelo contrário, graças à China e ao real valorizado estamos numa fase de ego inflado coletivo, um delírio que lota o Prime Outlet de Orlando, com a classe média histérica em busca da loja da Tommy, bem diferente de 84, com crise, recessão, Delfim Netto e João Figueiredo.

Curiosamente, eu percebo mais pressão contra o gordo que a 30 anos. Basta olhar as atrizes de pornochanchada dos anos 1970 e 1980 que passa de noite no Canal Brasil para perceber que o padrão de beleza ficou mais esbelto. A mulher bonita migrou para a magra, sem curvas, mas com uma certa musculatura. Na prática, impossível de ser atingido para a maioria das brasileiras. Não vejo sentido especificar uma coisa que não pode ser conseguida, nem mesmo com um custo alto. A mulher "verdadeiramente bela" dos anos 2010 virou uma mentira, uma utopia, um Unobtainium, mas beleza é assim mesmo, não é uma fábrica onde se busca a repetência e a uniformidade. A beleza é feita para brilhar a exceção.

E a pressão é tão grande muitos fazem cirurgia bariátrica, que ficou para A Jornada 4.