quarta-feira, 13 de julho de 2016

Mais 50 fatos desinteressantes

101) Tenho a pisada do tipo supinada. A sola dos meus calçados desgastam bem mais na parte lateral externa.



102) Nunca consegui terminar um cubo mágico. Andei aprendendo por tutoriais do YouTube, mas o meu cubo era tão vagabundo e duro que desmontou devido ao manuseio rápido e embrutecido.

103) Recebemos educação proletária: o básico do básico para termos um emprego relativamente bom e estável. Dito e feito: dos 6 irmãos, 6 são servidores públicos ou concursados de estatais. Nenhum empreendeu.

104) Ratificando o 103, Não pratiquei esportes nem aprendi a tocar um instrumento musical na infância e adolescência. Não tenho interesse atualmente em nenhum dos dois, mas na juventude desejei aprender a tocar violão principalmente porque existia à época uma lenda que atraía garotas.

105) Entre idas e vindas, fiz 10 anos de psicoterapia. Queria fazer um recall breve de um ano - se é que isto existe - mas perdi totalmente o contato com a psicoterapeuta.

106) Desfrutei de relativa sorte com pedagogas, inclusive casei com uma. Devo ter uma conversa interessante ou ser uma versão gorda do professor Paulo Freire.

107) Perdi a conta de quantas vezes levei choque elétrico de aparelhos energizados e queimaduras de ferros de soldar.

108) Descobri em 2005, na subestação de Ivaiporã, PR, que quanto tensão é muito alta (750 mil volts) se você andar muito rápido leva uma pequena descarga elétrica que parece uma picada de formigano calcanhar.

109) Quando eu estou falando no telefone com uma folha em branco, sempre desenho um rosto masculino bem primitivo. Sempre sorridente.

110) Nunca teria coragem de fazer uma tatuagem no meu corpo. Área é que não falta, mas quase todas as tatuagens que eu vejo são feias e de um mal gosto atroz.

111) Não gosto da comida que no Brasil chamam de "japonesa". Amo a comida que no Brasil chamam de "chinesa". Não sei comer com o hashi.

112) Tenho horror à arquitetura oriental tradicional. Amo, me emociono e fico intrigado com a obra de Gaudi.

113) A pintura que eu mais gosto é "As Meninas", de Velazquez. Tenho uma gravura no corredor do meu apartamento. No mesmo corredor há uma gravura da irmã do Salvador Dali de costas olhando pela janela. Apesar de espanhola, ela tinha um, digamos, "quadril à brasileira".



114) Já fui à Duas Barras, RJ, só para comer um bacalhau supostamente maravilhoso. Não valeu a viagem, no entanto pelo menos conheci o museu do Martinho da Vila.

115) A pior parte da cirurgia de redução de hipermetropia e astigmatismo foi quando senti um consistente cheiro de carne queimando e lembrei que era o meu olho.

116) Falo relativamente rápido e tenho um pouco de dificuldade de ensinar.

117) Conheci duas plataformas de petróleo, em 2006. A sensação de estar enclausurado foi bastante forte.

118) Ainda não tive a audácia de roubar um cartão de segurança que toda aeronave tem disponível para o passageiro consultar em caso de emergência.



119) Um dia depois do meu primeiro encontro com a minha esposa, em 25 de junho de 1999, eu peguei uma forte gripe.

120) Até hoje viro o rosto para não ver a agulha do exame ou da doação de sangue entrar no meu braço.

121) Fazer a coleta para um espermograma pode ser um pouco constrangedor.

122) Entre comprar uma gravura interessante e emoldurá-la o lapso de tempo pode ser tão grande quanto 10 anos.

123) Já fomos sorteados para uma feijoada na quadra da Beija Flor. Já comi melhores, mas a experiência foi divertida.

124) Som muito alto me irrita. Não precisa dizer que eu não gosto de boates e quadras de escolas de samba.

125) Mariah já possuiu quatro carrinhos. Três foram doados e um vendido pela Internet.

126) Passei a ter medo de avião somente após me tornar pai.

127) O único jogo on line que eu participei com relativa frequência foi sinuca virtual, no início dos anos 2000. Desenvolvi uma certa destreza, porém, como não era assinante do site, esperava horrores a minha vez de jogar, a menos que fosse desafiado por um assinante, algo que raramente acontecia. Por acaso observei que era desafiado muito mais rápido se usasse nomes femininos. O efeito inesperado foi a revelação que muitas lésbicas adoravam sinuca virtual. No final eu entrava no site mais interessado em conversar com as minhas colegas me passando por uma jovem quase se descobrindo lésbica, mas indecisa.

128) Só li um livro de Machado de Assis: "Dom Casmurro", e somente em 2015. Capitu nunca cometeu adultério, isto é coisa da cabeça do Bento. Quero ler "Memórias póstumas de Brás Cubas"

129) Sou canhoto, minha esposa é canhota e minha filha é destra.

130) O melhor hotel que eu me hospedei no Brasil foi o Meliá de Brasília. Nos corredores colocaram fotos das celebridades anteriormente hospedadas. Lembro somente da foto do Hugo Chávez. No exterior, o melhor e mais bonito hotel foi o Williamsburg Woodlands, na Virgínia.



131) Em meados dos anos 1990 eu voei num bimotor da Embraer pela primeira vez. O comandante, após contornar o morro do Pão de Açúcar, ligou o piloto automático e começou a ler o Jornal do Brasil sem a menor cerimônia. Todos os passageiros testemunharam porque ele deixou a porta da cabine escancarada.

132) Já ganhamos por sorteio ingressos para um espetáculo de dança da Deborah Colker. Num outro sorteio ganhamos um carrinho de bebê. E só. Em sorteios considero a minha família azarada.

133) O único momento que eu não gosto de chamegos da minha filha é quando eu estou fazendo uma refeição.

134) Nunca dei a menor importância à Espanha e sua cultura até conhecer a minha esposa. O meu caso de amor com o presunto jamón foi tardio.



135) Odeio falar ao telefone.

136) Uma única vez na vida eu tive o orgulho de ser o primeiro lugar em um concurso público nacional. Engenheiro eletrônico de Furnas, concurso de 2004.

137) Os dois livros que mais me impressionaram são "A ética protestante e o espírito do capitalismo" e "Sapiens: uma breve história da humanidade".

138) Tenho um pouco de nojo por chá preto. Não sei o motivo.

139) Uma das minhas fantasias é namorar uma ruiva legítima, com direito a sardas em todo o rosto e cabelos longos e um pouco ondulados.

140) Adoro visitar fábricas e linhas de produção. Já conheci desde pardieiros calorentos que enrolavam transformadores à mão a fábricas grandes, como a antiga unidade da Siemens na Lapa (São Paulo, SP), hoje desativada, se não me engano.

141) A vida eventualmente me reserva tarefas irritantes. Instalar ventiladores de teto e passar fios elétricos em conduítes, por exemplo.

142) Até pouco tempo eu pensava em ser dublador para complementar renda e – principalmente – vaidade, porém para exercer o ofício é necessário antes fazer curso de ator e ser registrado no sindicato correspondente, o que torna os meus fúteis desejos de ter a voz em milhares de lares muito caros e trabalhosos.

143) Detesto quando erram a escrita do meu nome.

144) Por influência da minha mãe, tenho um pouco de receio de comer comida pronta enlatada, mais este sentimento não me impediu de saborear uma feijoada e sopa de tomate Campbell's. A feijoada estava realmente horrível e a sopa de tomate me deu a sensação de eu ser um quadro de Andy Warhol.



145) Ainda fico ansioso ao receber cartas.

146) Já dividi a mesa com um anão num restaurante de beira de estrada no interior do Paraná em 2005. Foi a única vez na vida que eu tive a oportunidade de fazer uma refeição ao lado de um anão.

147) Residências sem muitos livros me incomodam.

148) Quando criança, roubei balas nas Lojas Americanas de Madureira. Não virei bandido, mas só confessei agora porque o crime prescreveu.

149) Planejo quebrar um tabu pessoal e ler um livro que não seja da minha área de trabalho escrito em inglês este ano. Mesmo após dois cursos ainda acho o meu inglês muito ruim.

150) Escrever estes fatos foi mais difícil que eu imaginava. Mais difícil até que encontrar coragem para publicá-los.


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